Nos últimos 12 meses, as equipes da Unidade de Redes de Esgotos do Daae realizaram mais de cinco mil manutenções nas redes coletoras de esgoto do município, entre desobstruções, consertos e trocas de redes. São realizados em média, 400 atendimentos por mês, porém, em períodos de chuva, esse número aumenta cerca de 25%, ultrapassando 500 atendimentos, principalmente nos meses de dezembro e janeiro. Esse aumento se deve, em grande parte, ao lançamento irregular de águas pluviais no sistema coletor de esgoto.
No Brasil, a NBR 9649/86 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) regulamenta que o sistema padrão de coleta de esgotos sanitários adotado no país é o separador absoluto, ou seja, a captação e o transporte de esgoto e de águas pluviais devem ser independentes.
O sistema coletor de esgoto é composto por um conjunto de tubulações que tem como objetivo levar os dejetos sanitários dos imóveis até as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE). Desse modo, é projetado para receber apenas as águas residuais de torneiras, vasos sanitários e chuveiros.
Já as galerias de águas pluviais são compostas por bocas de lobo e tubulações que captam e transportam as águas das chuvas até rios e córregos, sem a necessidade de tratamento. Todo o sistema é dimensionado para receber volumes maiores.
“Muitas pessoas descumprem esse requisito da norma e ligam o escoamento da água da chuva de suas residências à rede de esgoto, o que é completamente irregular e proibido inclusive, sendo tal ato passível de autuação e multa”, enfatiza o diretor Operacional do Daae, Fernando Lourencetti.
No município, a Lei Complementar nº 21 de 1998, proíbe, expressamente, a introdução direta ou indireta de águas pluviais ou resultantes de drenagem nos ramais de esgotos. O correto é canalizar a água proveniente de calhas e telhados até as sarjetas, para que siga o fluxo da rede de drenagem urbana.
O Daae alerta que ligações clandestinas de água da chuva na rede coletora de esgoto aumentam consideravelmente os transbordamentos de poços de visita (local de acesso às tubulações de esgoto) e, consequentemente, de retorno de esgoto em ruas e imóveis, expondo a população a doenças causadas pelo contato com o esgoto extravasado. Só no último ano, foram realizadas 74 limpezas e desinfecções de imóveis solicitadas por moradores que tiveram problemas com retorno de esgoto. O mau uso das redes de esgoto também prejudica o processo de tratamento de esgoto nas ETEs, comprometendo a eficiência do tratamento do efluente que é devolvido ao meio ambiente.
Gerência de Comunicação, Relações Públicas e Eventos, 17 de dezembro de 2020.