O Dia Nacional das Abelhas é comemorado em 03 de outubro e mais de vinte mil espécies de abelhas já foram descritas no mundo todo e um número indefinido ainda é desconhecido. Só no Brasil já foram identificadas mais de mil espécies.
Estima-se que 87% das plantas selvagens e 70% das culturas alimentares no mundo todo se beneficiam da polinização animal. Entre os polinizadores, as abelhas são os mais importantes e mais eficientes agentes. Elas são responsáveis pela polinização de vegetais que fornecem 90% dos alimentos do mundo. Além disso, o mel produzido em apiários pode ser destinado a alimentos, cosméticos, medicamentos, biocombustíveis e outros.
Em São Paulo, algumas espécies nativas que produzem mel para consumo são a Jataí, Mandaçaia e Iraí. Considerado um sabor mais complexo, o mel de abelhas nativas passou a ser desejado por grandes chefs e por pessoas que buscam produtos naturais e artesanais. Isso ajudou para que a regulamentação da produção de mel de abelhas nativas em São Paulo ocorresse em 2017, movimentando um novo tipo de mercado.
Apesar de toda essa riqueza oferecida pelas abelhas, estudos mostram que elas estão desaparecendo. Produtores de abelhas do mundo todo relatam perdas entre 30% e 50% em suas populações de abelhas em colmeias. Em algumas regiões da China, elas já não existem mais. No Estado de São Paulo, cerca de 20 mil colônias de abelhas foram perdidas entre 2008 e 2010. E a ausência das abelhas coloca em risco todo o serviço ambiental que elas prestam e que contribuem para a vida dos seres vivos. Em um mundo sem abelhas, a humanidade não ficará apenas sem o mel e as flores. Poderá ficar sem alimentos. Muitas frutas, vegetais e sementes dependem das abelhas: uva, limão, maçã, melão, cenoura, amêndoas, castanha-do-pará, entre outras. Algumas, como maracujá, berinjela e pimentão, por terem flores mais fechadas, precisam de polinizadores específicos. Ou seja, não basta ter qualquer abelha para polinizar. Algumas espécies de plantas só são polinizadas por espécies específicas de polinizadores.
Mas quais são as razões para o desaparecimento das abelhas? A mais conhecida é o amplo uso de inseticidas e agrotóxicos, que atingem o sistema nervoso e digestório dos insetos. As abelhas morrem intoxicadas ou perdem o caminho de volta, deixando a colmeia vazia. Também há outros fatores, como as mudanças climáticas, o desmatamento seguido pela ocupação do solo por extensas monoculturas (como soja e trigo), que podem reduzir os nutrientes disponíveis e ameaçar as colônias de abelhas. Os insetos invasores também podem trazer problemas ao competir com as abelhas nativas por alimentos.
O que fazer para ajudar?
Um dos primeiros passos na proteção das abelhas é saber mais sobre elas. A maioria das pessoas conhece apenas as abelhas com ferrão, que são originárias do cruzamento das abelhas africanas e europeias, mas existem diversas espécies de abelhas nativas sem ferrão.
O Brasil tem mais de 300 espécies sem ferrão, muitas delas que podem ser criadas em casa.
O que mais você pode fazer para ajudar:
– Compre mel natural de produtores locais;
– Adquira produtos de fontes e produtores sustentáveis;
– Plante diversidade de espécies nativas que floresçam em diferentes estações;
– Evite pesticidas, herbicidas e outros produtos nocivos em seu jardim;
– Proteja as colônias de abelhas;
– Apoie a proteção das florestas;
– Quando constatada a presença de colmeia/vespeiro instalado em locais que representem risco à saúde da população, entre em contato com a prefeitura para solicitar o atendimento;
– Não jogue nenhum produto sobre o enxame ou colmeia, como álcool, querosene, água ou inseticida, porque neste caso, elas podem se sentir ameaçadas e ferroar;
– Não bata ou faça movimentos bruscos e ruidosos próximos à colmeia;
– Aumente a conscientização com o compartilhamento de informações nas redes sociais.
Em Araraquara, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde solicita que todos os Meliponicultores (criadores de abelhas sem ferrão) preencham formulário para receber com antecedência avisos sobre aplicação de inseticidas de combate à dengue. A ação visa proteger esses animais que são importantes polinizadores. Acesse https://sistema.araraquara.sp.gov.br/portal2/saude/meliponicultura/index.php e conheça mais.
Em caso de formação ou retirada de enxame de abelhas, acionar a equipe de controle de abelhas pelos telefones (16) 3303-3115 ou 0800-774-0440.
Emergências de ataque acionar o Corpo de Bombeiros no 193.
Para saber mais: Guia ilustrado de abelhas polinizadoras no Brasil em https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/guia-ilustrado-de-abelhas-polinizadoras-no-brasil/
Comunicação e Eventos, 03 de outubro de 2022.