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DBO: Ferramenta estratégica para monitoramento da eficiência das Estações de Tratamento de Esgotos

DBO: Ferramenta estratégica para monitoramento da eficiência das Estações de Tratamento de Esgotos

Quando se pensa em eficiência do tratamento de esgoto das Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) imediatamente já se associa a alguma porcentagem.

Mas o que significa esta porcentagem?

Primeiramente, é importante frisar que um tratamento eficiente envolve diversos fatores como: conservação e limpeza, manutenção e monitoramento laboratorial. Neste sentido, o laboratório físico-químico e microbiológico do Daae de Araraquara é responsável por realizar, com excelência, o controle da qualidade dos efluentes lançados nos corpos hídricos.

A análise mais conhecida para o monitoramento da eficiência da ETE é a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). Esta análise consiste na quantidade de oxigênio biologicamente consumida por microrganismos para estabilização da matéria orgânica presente no esgoto.

Estes microrganismos transformam a matéria orgânica, que é uma mistura heterogênea de diversos compostos orgânicos, como: proteínas, carboidratos e lipídios em compostos inertes como CO2 (gás carbono), CH4 (gás metano) e água, dependendo do processo de tratamento adotado. O ensaio padrão de DBO é realizado em temperatura constante (20 °C) e durante um período de incubação (5 dias), onde é medida a diferença de Oxigênio Dissolvido da amostra antes e após o período de incubação. Com auxílio de cálculos matemáticos tem-se a remoção de DBO da amostra analisada, que representa a porcentagem que conhecemos como eficiência do tratamento.

Porém, cabe ressaltar que a DBO indica a concentração de matéria orgânica presente e não uma porcentagem. Portanto, a DBO é diretamente relacionada com a presença de matéria orgânica, e por conseguinte, quanto maior valor de DBO, maior potencial poluidor tem o lançamento do efluente.

A Unidade de Análise e Controle de Qualidade define mensalmente a programação de coleta do esgoto das ETEs. Esta coleta é realizada duas vezes por semana e os resultados das análises DBO compõem o indicador de monitoramento da qualidade na ISO 9001. Cabe destacar que outras análises são realizadas no laboratório, como por exemplo: Cloreto, Nitrito, Nitrato, Fósforo Total, Sólidos, entre outras.

A legislação que fiscaliza o lançamento do efluente no corpo hídrico é o Decreto Estadual n° 8.468/76. Este dispositivo, tem a prerrogativa de regulamentar a prevenção e o controle da poluição no ambiente.

O artigo 18 da referida lei preconiza que “os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nas coleções de água, desde que obedeçam a condição de DBO no máximo de 60 mg/L”, entretanto, esta regulamentação prevê o lançamento de carga orgânica no efluente com valores superiores aos limites máximos estabelecido, porém, desde que ocorra remoção da carga poluidora em no mínimo 80%.

Por muito tempo a ETE Araraquara não conseguia atender o padrão de lançamento de DBO e nem a remoção da carga poluidora. Em contrapartida, a ETE Bueno de Andrada e a Estação Compacta de Tratamento de Esgoto (ECTE) do Assentamento Bela Vista atendem perfeitamente bem a legislação.

Para recuperar aos níveis aceitáveis de lançamento de DBO no corpo receptor da ETE Araraquara, desde 2017, a Estação vem recebendo investimentos pontuais que colaboraram para a melhora do tratamento.

Em 2017, o módulo 1 retomou todos os aeradores em funcionamento. Em 2018 houve a aquisição de novas peneiras. Em 2019, houve remoção de parte do lodo acumulado por dragagem e desaguamento em bags e também a aquisição de novos e recuperação dos aeradores do módulo 2.

Esses investimentos indicaram uma melhoria significativa nos valores de DBO da ETE Araraquara. Hoje a ETE Araraquara atende o padrão de lançamento de DBO no corpo hídrico.

É importante enfatizar que todo o esgoto do município é coletado e tratado. Não há local da cidade de Araraquara desprovido de atendimento de coleta de esgoto e que 100% do esgoto coletado só é lançado no corpo hídrico após passar pelo tratamento na ETE.

Desta forma, a DBO se torna uma importante ferramenta no monitoramento, na prevenção e no controle do lançamento de efluente nos corpos d’água e a partir desta análise é possível definir estratégias para novos investimentos na ETE.

Texto: Weverton Campos Nozela – Coordenador da Unidade de Tratamento de Esgotos.

Gerência de Comunicação e Eventos, 03 de setembro de 2021.